

Contato e Afiliação
Homem que vens ao limiar do mistério, qual a força que te impele a vir afrontá-lo?
É simples curiosidade? Queres tu, com u'a mão ímpia, pois que és indiferente, levantar o véu que te oculta o que só com longos estudos pode ser revelado? Se é este o estado de tua alma, isto não te é destinado. É uma obra de trabalho e não de divertimento.
Pesquisas o poder brutal, o domínio deste mundo? Esperas tu achar nestes estudos a possibilidade de saciar as tuas paixões, os teus ódios, amores, ambições, rancores? Este livro não é feito para ti. A pesquisa que ele comporta não te daria senão desilusões, porque o fim que ele se propõe é todo diferente e mesmo oposto.
Procuras o ganho material? Não será aqui que tu o encontrarás; este ensino é um estudo desinteressado para dar a todos a felicidade, que vem da paz da alma e do bem feito em torno de si. Aqui não se encontra nenhuma idéia cúpida.
Simples curioso, e tu, ambicioso, que acreditas ter nascido para seres o conquistador do mundo, isso não é para vós, para os vossos corações presos ao tumulto das paixões vãs que esta obra foi feita. Os segredos reais que ela revela não são para vós que não lhes dais o que pedem estes trabalhos: um coração meigo a uma alma forte.
No estado atual da vossa perturbação, não os compreendereis. Não falamos a mesma linguagem e os propósitos que escolhemos não fariam desaparecer a barreira que nos separa. Não procureis levantar o véu antes de terdes mudado os vossos desejos.
Desgraçados que tendes sofrido e que não tendes sabido perdoar, se procurardes aqui meios de vingança, não volteis mesmo esta página. Este livro é um livro de amor e de altruísmo; não continueis a sua leitura; esperai que a sua leitura apazigue vosso coração.
Daqui até lá, vosso dia ainda não é chegado; não saberíeis ainda ver nestas páginas a ternura e a alegria que quisemos expressar.
Porém tu, homem, que tens sofrido longamente e a quem a dor revelou a palavra deste grande enigma que conduz ao limiar da verdadeira senda; tu que queres sair do tormento e inclinar para aqueles que te têm feito mal, uma fronte cheia de bons pensamentos, tu que sinceramente desejas fazer participar aos outros da paz divina que o sofrimento fez brotar do teu coração, este livro é para ti; ele é para todos aqueles que se apaixonam pela pesquisa da verdade e do bem.
Tu, que vens a mim com estes sentimentos, aproxima-te sem medo; enceta ousadamente o caminho iniciático. É este mesmo o caminho que procuras no fundo da tua grande angústia.
É no fim deste caminho que encontrarás a alegria que provém da força calma e soberana, da paz divina que se encontra apenas na senda do bem. Se tens um desejo sincero de encontrar a verdade nestes estudos, entrega-te, com o coração seguro às forças do bem, a estes trabalhos; é aí que encontrarás luz, e procurá-la-emos juntos. O que te falta, tu que sofres, ferido pelos espinhos do caminho, é este apaziguamento que vem sempre àquele cujo coração está sem ódio e sem cólera. Tu conhecerás este apaziguamento no equilíbrio de teus deveres e de tuas forças e eu te ajudarei a encontrar, a fim de que tua colheita seja doce, como o labor foi penoso; a dor é um semeador cruel, mas muitas vezes necessário.
Queres adquirir as forças não somente para ti mesmo, mas sobretudo para os outros! Se tal é o teu pensamento, tu as encontrarás seguramente. Podes, com toda a certeza, dedicar-te a estes estudos que te seduzem. É na sua prática que adquirirás as energias que desejas. Se a tua ambição é de te aperfeiçoares no silêncio, de apressares a evolução do teu espírito, sem ter nenhuma opinião a respeito do mundo, estuda, trabalha; o resultado não se fará esperar; ultrapassará as tuas esperanças.
Se o teu coração, na vida material, aspira os mais belos, os mais vastos horizontes, segue o traço dos iniciados; vem conosco pela senda que vai ter à luz. Embrenha-te por este caminho e verás brilhar uma vida nova sob um sol sempre belo, A Verdade, a Alegria, a Paz resplandecem ao cimo aonde conduz este caminho.
A ciência que tu pesquisas é uma ciência de todos os tempos. Seu fim é o aperfeiçoamento do ser humano, é torná-lo feliz — não em procurar-lhe paixões brutais e aviltantes, mas fazendo-lhe conhecer o seu lugar exato no mundo, em revelar-lhe o fim que deve atingir. Os elementos desta ciência são repartidos em muitos livros; propomo-nos agrupá-los, restituí-los em um método adaptado às novas necessidades ide nosso tempo, justificá-los pelos conhecimentos atuais que temos deste grande domínio que é o Psiquismo. Longe dos olhares, agrada-nos folhear essas velhas obras onde dorme a sabedoria do mundo, decifrar os enigmas que os sábios quiseram empregar no tempo da perseguição, reencontrar nos símbolos das religiões antigas, no segredo das iniciações antigas, pensamentos cuja única leitura nos mergulha em um mundo de lembranças de que o nosso espírito e o nosso coração saem rejuvenescidos e revigorados. É esta alegria, esta serenidade, este vigor novo de toda a nossa pessoa que queremos fazer sentir.
Propomos, portanto, fazer sentir e ensinar uma ciência, mas qual? Os autores antigos aprenderam os elementos desta ciência, pelas iniciações que se davam no templo, de maneira severa e medida. Eles dizem, em palavras encobertas, àqueles que as sabem entender, os dons sublimes que resultam do trabalho árduo ao qual eles se submetem. Estes dons sublimes constituem o mais magnífico patrimônio, de que se orgulha a humanidade. Aquele que sofre esta ascese possui faculdades que nem imaginava mesmo antes. Estas faculdades eram latentes nele, e elas teriam ficado sem a cultura que se impõe. Mas, trabalhando, um desbrochar magnífico se produz. A intuição que nós possuímos todos em estado latente e em seus graus diversos, não é mais, entre os adeptos, um dom caprichoso, submetido a variações imprevistas.
Elas vêm a ser um sentido aperfeiçoado de que se torna senhor tanto na sua vista como no seu ouvido.
Aprende-se a ver, a ouvir e a sentir, não somente os fatos que afetam os órgãos sensoriais, mas aqueles que se acham fora do domínio deles e aqueles mesmo que se produzem no mundo interior da alma. E assim é para todas as faculdades da alma, todas as quais tomam uma perfeição, uma leveza, uma acuidade que ultrapassa todas as previsões.
Quanto ao fim deste estudo, Salustio definiu perfeitamente, dizendo: "O fim da iniciação é levar o homem a Deus". É pois um desenvolvimento integral.
E o platônico Proclus ajunta: "A iniciação serve para retirar a alma da vida material e lançá-la na Luz".
É, portanto, um desenvolvimento integral de todo o ser para uma beleza mais perfeita; mais moral, mais energia física e intelectual que nos são dadas para ver a vida sob um novo ângulo.
A iniciação permite sentir os ritmos e as harmonias que tornam a vida tão maravilhosa como os belos poemas e sofrer as leis que regem os fatos tangíveis e que mostram a necessidade como o ritmo do universo.
É, pois, um novo ciclo que começa para ti, homem, ao cederes à atração apaixonada da ciência. Sé te compenetrares dos ensinamentos que vais receber, se souberes refletir, gozarás todos os encantos de uma nova vida. Isto não é simplesmente uma ciência teórica, mas ao mesmo tempo uma doutrina moral e intelectual, um exercício que tem por fim modificar-te profundamente. Segue os conselhos que te serão dados e sentirás o teu espírito engrandecer para abraçar as idéias eternas e magníficas. Teu coração abrir-se-á fraternalmente ao amor. Em ti, como o diamante em seu engaste, reside uma força que pode fazer milagres, mas é preciso que o diamante seja arrancado da pedra; é preciso que seja talhado para receber o puro beijo da Luz e irradiá-lo em fogos cintilantes. Que seria a Luz se tu a recebesses sem projetá-la sobre o mundo com tanto poder e doçura quanto ela te é dada?
Este trabalho pode parecer-te penoso; não o é. Primeiramente tu não estarás só. O isolamento pode tornar bem árido os pensamentos mais admiráveis, quando é preciso adquiri-los por si mesmos. Aí ainda serás ajudado, sustentado; sentir-te-ás em harmonia de pensamento com um agrupamento todo fraternal que partilha os teus sentimentos.
A solidão que tens sofrido te conduz a refletir. A desilusão que, talvez, tenhas sofrido te conduz a encarar o mundo e a vida sob um aspecto mais exato. Entregue a ti mesmo, lançaste ao abismo da experiência tudo o que mancha a pureza de tua visão. Duvidaste do bem e do mal; tu te sentiste desamparado, sem apoio, mesmo em teu pensamento, contra o desespero que te assaltava. Agora, é com um passo seguro que vais caminhar para esta Luz que o teu desejo procura, que por instantes se vai revelar no fundo de teu ser agitado. Tens visto clarões como uma brilhante miragem. Tudo está bem mudado atualmente. Esses clarões passageiros tomam uma claridade forte e constante que não deixará em sua obscuridade nenhum traço de teu caminho. Toda a sombra se dissipa quando se procura a Luz fora das trevas do egoísmo. A vida abre-se diante de teus passos, a vida tal como é e deve ser, a vida na sua beleza plena.
Vais caminhar para o conhecimento que não fazias senão imaginar e que tu vais acolher na agradável certeza despertada naqueles que trabalham. Os vastos horizontes do pensamento vão se desenrolar diante de ti, enervando o teu olhar e o teu espírito. E o esplendor dessas visões serenas é tão grande e tão perfeito que a sua beleza penetrará até o teu coração como a harmonia pungente de um canto.
Guiado por suaves encantamentos, avançarás sempre com mais alegria para o panorama soberbo das formas e das idéias até este Templo da Sabedoria que te chama.
O momento em que vives é penoso. As crenças estão em derrota; os homens se voltam para gozarem as suas paixões. O ser caminha muitas vezes sem fé, a esmo. Ele lê, sem prazer e sem apego, o que lhe dizem as religiões e as filosofias; não percebeu o conjunto e encontrou contradições que lhe pareceram desconcertantes. Tornou-se pessimista e não encontrou mais a base da moral. Por outro lado, o mistério não o satisfaz; está ávido de claridade. Chegou a rejeitar tudo, os dogmas e as suas conseqüências. E' contra esta forma de espírito que é preciso reagir.
Somos rodeados de forças. Entre elas, muitas são más e não devemos deixá-las dominar-nos. Para resistir, utilmente, devemos fazer um apelo às forças superiores, construtivas, que não se recusam auxiliar. Quando as tivermos conhecido e invocado, nos será possível sair do tormento, procurar e, portanto, achar a paz do coração, o desvanecimento do espírito, o ritmo da evolução. Tu que vens a estes estudos já não estás tão isolado. Junta o teu esforço aos dos outros; tu os ajudarás, serás ajudado e o teu coração morto florescerá. Conta com segurança com este auxílio, que te é prometido; mas, primeiramente, esforça-te.
É a ti que pertence dirigir a tua evolução.

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